Há
o silêncio. E muitos quadros me rodeiam. Lindos,
coloridos, cinzas, negros, cada um deles com sua linguagem
própria, falam do coração que
se partiu; da mulher que é um símbolo
da feminilidade e se fecha em seu mistério;
dos ossos e mãos na escuridão de si
mesmos; nas pequenas linhas suaves que se assemelham,
sem se repetir, e nos chamam para dançar, leves;
a garrafa que cresce, boêmia, e fala, e fala,
como protesto por não ser entendida, diz de
noites que se foram, em que os jovens se reuniam,
em um companheirismo de risadas, dores íntimas
que buscavam se expressar; uma figura, que se inicia
como uma coxa, e vai adquirindo contornos ‘sui generis’,
como se se tornasse uma adaga, e se estreita em suas
curvas até terminar como uma garra, que penetra
no íntimo da nossa alma e de lá busca
o sangue doentio e maléfico da espécie,
e nos purga das nossas dores de loucos, que somos,
levados em uma imensa nau dos insensatos, à
deriva pelo mar tempestuoso em busca de um porto irreal,
imaginário, lá em uma dimensão
paralela e contígua à nossa; a imensa
lua vermelha com leves tons amarelos, que se encosta
de leve em um tronco de uma árvore, que mal
se vê na escuridão, outras árvores
permanecem obscuras. São todos quadros de autoria
da minha filha Marcella, artista plástica (Fio
Condutor).
E
a vida de Carl Gustav Jung passa em um vídeo,
ele em uma entrevista na TV, idoso, diz que Freud
considerava que o inconsciente tinha a sua origem
no consciente, nele se depositariam os refugos, os
resíduos do consciente. Jung afirma que não
concordava com esse conceito, pois para ele o inconsciente
era a matriz primordial, fonte criativa, riquíssima.
Em seus últimos anos, Jung dedicou-se à
Alquimia, com sua dedicação sempre exemplar.
Já escrevera ‘Psicologia e Alquimia’, e, depois,
escreveu ‘Mysterium Coniunctionis’, aprofundando-se
ainda mais nos conteúdos psicanalíticos
dos símbolos alquímicos .
Teve sonhos premonitórios antes da sua morte,
e, quando esta ocorreu, houve um fenômeno em
uma grande árvore do seu jardim.
Tudo isto, e muito mais, está contido no seu
Blog do MySpace.
Há, por exemplo, 17 vídeos que versam
sobre sonhos.
Uma profunda análise, da sua autoria, sobre
Psicologia e Poesia.
Estudos sobre Sincronicidade, um evento externo e
um interno, não relacionados, mas que despertam
a atenção do paciente para os seus sonhos,
a sua vida interna.
Uma abordagem dos Arquétipos: Persona, Animus
e Anima, Sombra, Inconsciente Coletivo, Inconsciente
Individual, Self.
Uma matéria muito interessante sobre Marie-Louise
von Franz, que, apesar de contrair Parkinson, conseguiu
desenvolver o seu Corpo Sutil, segundo depoimento
do seu amigo pessoal Remo F. Roth, PhD.
Abilio
Terra Junior
03/11/2008
1:35 h