MULHER
DE PEDRA
Depois de grandes consertos,
grandes concertos...
o bailado etéreo
o coração no
gelo
sentimento dormindo
num corpo de pedra
O mergulho no estrume
o vazio do nada
a morte programada
absinto
coquetel para um
frio,
estimulante,
forte...
Plano intelectual confuso
Às vezes tento persuadir-me
mas cheguei à conclusão,
já não corre
amor pelas veias
já nem sei mais
o que é sentimento...
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GALOPE
ETÉREO
percorrerei
toda a via láctea
se preciso for
montarei
pégaso
pisarei estrelas
dormirei no corpo lunar
te
encontrarei
atrás da nebulosa
esconderijo perfeito
longe
da gravidade
boiaremos no nada
arrebatados pela etérea
luz
vagarei
no espaço
contigo ao meu lado
pela eternidade
e
os corpos celestes
se curvarão invejosos
diante do
mais puro amor
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CÚMPLICES
DE VÔO
Ardo em amor
nesse teu corpo abstrato
e numa orquestra de chamas
executo em teu dorso
na suprema magia
do tato e do olfato
a mais bela sinfonia
Já
pressinto os apelos
de teus instintos
ouriçando-me os cabelos
amorteço a fome
que teu ser consome
na doce libidinagem
de um abraço
No
noturno mormaço
na volúpia de beijos
nossos corpos
alvos e desnudos
se procuram
se enroscam
se desejam
E
somos flagrados
pelo indiscreto clarão
da lua acesa
que nos contorna...
que treme
que de volúpia geme
frente a insano desejo
que só nos dará
trégua
quando amanhecer