no zero absoluto
moléculas
escorregam
num imenso corrimão
caem num buraco
negro imensurável
mulheres
se apalpam
em busca do elo
perdido
no primitivo jardim
para
lá da morte
súbita
nenhum orgasmo
é tangível
vísceras
omissas
sobressaem à
noite
mulheres
obesas
expostas em vitrines
sorriem para homens
soturnos
moléculas
cansadas
se apoiam umas
nas outras
é o dia
virginal do início
do que já
se foi
mas
permanece oculto
não pode
dizer
lá das
entranhas da terra
o jovem o vislumbra
como um gigante
invisível
Abilio
Terra Junior
21/02/2013
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