NO
MUNDO MÁGICO DA MÚSICA
E os dedos do pianista iam
e vinham, com virtuosismo,
acompanhando a grande cantora
de jazz em "Midnight
Sun". A voz da cantora
executava trejeitos inconcebíveis,
era um grupo de escol, os
músicos não
ficavam atrás. When
your lips is close... and
I saw the midnight sun...
A próxima faixa, "How
Long Has This Been Long?",
que dava nome ao CD, então,
se constituía em um
autêntico show, em que
a cantora e os músicos
se esbaldavam em sua versatilidade...
divine rendez-vous... e ao
ouví-los, sentia sua
alma reconfortada.
A faixa seguinte não
deixava por menos, "You’re
Blasé". O poder
da música se fazia
sentir em cada fibra do seu
corpo e da sua alma. Estava
agora com outro estado de
espírito. O vazio que
sentira há pouco fora
preenchido.
Agora ouvia "Easy Living",
um jazz dolente e manhoso,
que era bem do que ele precisava
naquele momento. Maybe I am
a fool... dizia a cantora,
na sua letra romântica.
There’s nothing in live but
you... que bom se sentir assim,
apaixonado, e dizer algo assim
à mulher amada... I
love you so... ela cantava
agora em "More Than You
Know".
Quantas vezes se sentira assim,
em sua vida? Sentir o universo
movendo-se em torno de si
e da mulher amada, e nada
mais existe, tudo o mais desaparece.
O eixo central da vida muda
de lugar e a própria
marcha dos acontecimentos
muda, a cor, o significado.
Ouvia agora "My Old Flame",
a cantora era acompanhada
só por uma guitarra.
Talvez o amor fosse o eixo
do universo... Do que ele
entendia sobre esse assunto
tão complexo? Nada,
na verdade. Ou muito pouco.
Agora, ouvia um jazz ritmado
e exuberante, "Teach
me Tonight"... para ele,
só mesmo em sonhos...
Sim, às vezes acontecia
em sonhos, sonhos vívidos,
e ele acordava com uma sensação
de que havia vivido mesmo
todas aquelas cenas de amor.
"Body and Soul",
em uma interpretação
sofisticada, ouvia agora.
Talvez aqueles sonhos fossem
uma compensação
do seu inconsciente à
realidade da sua vida, tão
distante daquelas emoções
e sentimentos.
"When Your Love Has Gone"
era a última faixa
do CD e Sarah Vaughan demonstrava
toda a sua desenvoltura de
intérprete consumada,
ao lado de Oscar Peterson,
Joe Pass, Louie Bellson e
Ray Brown.
E assim, ele saía do
mundo mágico da música
e voltava ao seu dia-a-dia,
rotineiro e monótono.
[Menu]
[Voltar]
Envie
essa Página

Todos
os meus textos são
protegidos pela Lei de Direitos
Autorais - LEI No. 9610,
de 19 de fevereiro de 1998,
e pelos tratados e convenções
internacionais.
Respeite os direitos dos autores,
para que seus direitos também
sejam respeitados.
Contato
com Autor: Abílio Terra
Junior
Criação
de Gráficos e Páginas:
Webmaster e Designer:Crys
Melhor
Visualizado em:1024x768
|