Versos
de Amor
Que nem Davi entoando um amoroso
cântico para a sua "muy
dulce" Betsabá,
ele lapidou cada verso com
o esmero e o vigor de um escultor
barroco, sem se importar se
sua obra ficaria, também,
para a posteridade. Imaginando-a
em sua mente, utilizou ricas
metáforas para descrever
o brilho dos seus olhos negros,
suas sobrancelhas que tocavam
os oceanos, seus lábios
enigmáticos e febris,
suas orelhas quase transparentes
sob seus abundantes cabelos
negros, suas têmporas
delicadas, o seu pescoço
esguio, os seus ombros redondos,
os seus seios pequenos e erguidos,
sua cintura em sutil curva
que continuava em robustas
ancas e em um escuro triângulo
invertido misterioso e acolhedor,
suas pernas indefiníveis
que sempre o cercavam magicamente,
seus pés suaves e lúdicos
que sempre o surpreendiam.
Pensou depois em rasgar aquele
tributo à amada, sentindo-se
como um leviano que estivesse
a lhe desvendar íntimos
segredos. Pensou em enviar
para ela, em uma carta "à
antiga" ou em um ousado
e-mail, e ficar a espera da
sua resposta. Ou então
memorizá-lo e, na primeira
oportunidade, declamá-lo
suavemente aos seus ouvidos,
antevendo como resposta uma
voluptuosa noite de amor.
Pensou tanto que perdeu o
sono e passou a noite em claro.
No dia seguinte, dobrou cuidadosamente
a folha em que versejara,
como se fosse um tesouro sem
preço e guardou-a no
bolso da camisa, junto ao
seu coração.
Ali ficaria como um talismã,
trocando com o seu coração
emissões sublimes e
silenciosas.
[Menu]
[Voltar]
Envie
essa Página

Todos
os meus textos são
protegidos pela Lei de Direitos
Autorais - LEI No. 9610,
de 19 de fevereiro de 1998,
e pelos tratados e convenções
internacionais.
Respeite os direitos dos autores,
para que seus direitos também
sejam respeitados.
Contato
com Autor: Abílio Terra
Junior
Criação
de Gráficos e Páginas:
Webmaster e Designer:Crys
Melhor
Visualizado em:1024x768
|