são
florestas e ritmos estranhos
nas alturas do cume do mundo
se porventura ousares temer
te ocultas obscuro não-ser
se
louvas o símbolo sagrado
se engoles o líquido que queima
encoberto por tuas esmolas
no parir das tuas escolhas
rompes
tuas negras entranhas
ris das orgias que flagras
no frescor da vida vegetal
que morre ainda bem jovem
balbucias
como ente horrendo
a tais horas que perfilam ociosas
a espera amarga da pena
descrita pelo torpe juiz
entre
brancas agruras eternas
circulas no espaço perdido
do monte proscrito banido
que se calou convicto esquecido
quem
murmura agora e se cala
com sua tez morena e seus pêlos
se perde e se tece sinuosa
como às vezes a mais velha serpente
nunca
ouses ouvir os estertores
da núbia que galopa e que sua
altiva na gargalhada estendida
em que se sente e se treme
mas
na plana erva da estepe
em que o uivo se ouve perdido
o sinistro espreita e se cala
se esquece hesita se apaga
Abilio
Terra Junior
22/10/2010