eu
nada
sei
sou
uma
página
em
branco
que
espera
o
por
do
sol
para
se
tornar
seca
e
porosa
como
antigos
discos
lps
não
preciso
provar
nada
como
um
cientista
apenas
me
torno
maleável
e
me
deixo
levar
pela
corrente
a
poesia
é
um
mistério
insondável
e
eu
a
respeito
como
tal
ela
é
também
um
objeto
vindo
da
matéria
escura
do
universo
que
inquieta
os
cientistas
seu
poder
é
notável
perscruta
consciências
volteia
nas
esferas
que
não
se
alcançam
se
fecha
na
sua
própria
metamorfose
da
sua
múltipla
face
de
um
deus
escondido
nas
nuvens
ensombrece
os
olhos
de
múltiplas
facetas
escorre
entre
os
pés
das
mulheres
fazedoras
e
entre
as
mãos
dos
homens
intimidados
Abilio
Terra
Junior
21/05/2007
1:13
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