Descanso
da Calma - Tadeu Terra
A
lua ancorada na boca da noite
pulsa serena.
Num
passo em falso,
pára-quedas e pêndulos
invadem as copas de pedra.
Pousam em Passo Quatro!
O
rio raso e claro
que corta ao fundo
corre nas veias de Branca
como caravelas de nuvens.
No
descanso da calma
Lygia e Milene
se encontram sob agulhas e
sonhos.
Antes
do túnel, na ponte
de ferro...
Ao vão dos trilhos,
há um menino olhando
as vitrines.
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Porto
da Alma - Tadeu Terra
Antes de partir,
pesco no teu coração:
espaço, ilhas e coisas.
No
mover dos arquivos
debruça no teu colo
uma cortina de códigos.
Adormece
a esfinge
no dorso do peixe.
Navega
uma janela,
sobre o rio que deságua
em mim.
Caminhos
do corpo
Porto da alma.
Ao
breu,
um choro se multiplica
sobre silhuetas em chamas.
O
arco, a flecha, o alvo.
Medula da miragem
Cerne da cal.
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Todos
fazem de conta - Tadeu Terra
Para Lygia e Graça
Aviões são como
anjos destilando luzes.
Pára-quedas e pássaros
se aninham no chão.
Bruxas,
fadas, príncipes, cinderelas
e sapos
trafegam na rota dos faróis.
Centelhas
e falenas
se dispersam no vermelho da
tua ira.
Intrépido,
um rosto roçando no
espelho
protesta Freud e Kafka.
questiona o que foi e não
foi...
Aqui,
todos fazem de conta.
Além dos quases, quando
e quem sabe
pelo universo das esquinas.