então
ela veio a poesia e me conduziu
a um sonho
ao meu lado percebi que a minha
companheira
sentia o que se passava no meu
sonho
no final deste sonho eu estava
invisível
os
versos vieram de mansinho e
eu me pergunto
se os coloco no papel
caminho entre eles com cuidado
ocupam todo o espaço
não
sei se para eles sou invisível
se pertencemos a dimensões
diferentes
e nunca sei se o poema toma
forma ou não
ouço o ruído do
relógio e sei que o dia
acorda
minha
companheira dorme e sonha
sei que ela sente o que se passa
dentro de mim
eu caminhei muito e me percebi
gradualmente
gosto das palavras e pouco a
pouco
aprendi
a usá-las na fala e na
escrita
é uma tarefa sem fim
intuir o mistério invisível
e ficar dando voltas em torno
dele
alguma
coisa dele surge nas palavras
nos versos
esse é o meu mundo e
tateio nele como o cego
que descobre coisas com o seu
tato
minha companheira sente intuitivamente
as
minhas pegadas de cego
outra parte do mistério
ela sente o que tem a fazer
e me pergunta
eu digo ou eu a pergunto e ela
me diz
é
um mundo que é simples
para esconder
a complexidade é assim
que é
as dúvidas são
as minhas companheiras
ao mesmo tempo que ela me sente
e
assim caminhamos e o olhar puro
com que os cães nos olham
nos conduz à vida
estão em contato com
ela todo o tempo
todo o tempo todo o tempo
Abilio
Terra Junior
21/10/2011
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